Fazer exercícios é mais importante do que a perda de peso para uma vida mais longa
Ela é uma das queridinhas de quem quer glúteos e coxas fortes – e com razão.
26/08/2025 ● Tempo de leitura: 3 mins
Por: Larissa Serpa
Para ter uma saúde melhor, é mais importante focar em fazer exercícios do que em perder peso, segundo um estudo feito pela iScience, especialmente se você está com sobrepeso.
As pessoas obesas normalmente reduzem seus riscos de doenças cardíacas e morte prematura muito mais ganhando condicionamento físico do que perdendo peso ou fazendo dieta.
Curioso, não? Saiba mais a seguir!
A relação entre exercícios e sobrepeso
No estudo citado anteriormente foi visto que pessoas acima do peso com problemas de saúde significativos, como pressão alta ou resistência à insulina (um marcador para diabetes tipo 2), mostraram melhorias bem mais consideráveis nessas condições depois que começaram a se exercitar.
“Em comparação direta, a magnitude do benefício foi muito maior com a melhora do condicionamento físico do que com a perda de peso”, disse o autor do estudo, o cientista Glenn Gaesser, dos Estados Unidos. E a diferença é bem considerável:
Quem se exercita pode reduzir o risco de morte prematura em 30% ou mais, mesmo que seu peso não mude. Por outro lado, quem perde peso fazendo dieta mas sem se exercitar, diminui o risco de morrer jovem em 16%. Isso porque os exercícios diminuem a gordura visceral, que fica entre os órgãos e aumenta o risco de diversas condições.
E o que dizem outras pesquisas mais recentes?
Pesquisas mais recentes continuam reforçando essa conclusão. Um estudo publicado no Progress in Cardiovascular Diseases em 2023 reafirma que pessoas com obesidade metabolicamente saudáveis, mas ativas fisicamente, têm menor risco cardiovascular do que sedentários com peso considerado normal.
A principal conclusão da nova revisão, o cientista conclui, é que: não, você não precisa perder peso para ser saudável. “Você estará melhor, em termos de risco de mortalidade, aumentando sua atividade física e condicionamento físico do que emagrecendo”, disse ele.
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Exercícios X Hipertensão arterial: Em que exercícios apostar?
Como mostrou o estudo, o exercício físico é uma das estratégias que podem trazer muitos benefícios no tratamento da doença – que atinge cerca de 23,9% da população brasileira, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde divulgada pelo IBGE em 2020. Mas quais exercícios fazer?
Aeróbicos
O treinamento aeróbio simples, como uma caminhada, já pode reduzir a pressão arterial por até 12 horas após uma sessão. Os mais intensos, como corrida ou aulas de bike ou dança, apesar de levemente mais benéficos, devem ser feitos apenas com autorização médica por pessoas com pressão alta.
Musculação
Um novo estudo do Laboratório de Hemodinâmica da Atividade Motora demonstra que o exercício de força também diminui a pressão.
E quanto mais alta a pressão, maior a hipotensão (baixa da pressão) pós-exercício. “Os resultados sugerem que a hipotensão pós-exercício resistido é maior justamente naqueles indivíduos que mais se beneficiam desse efeito”, comenta Rafael Yokoyama Fecchio, principal autor do estudo.
Exercício x Diabetes: Em que exercícios apostar?
Fortalecimento, exercícios cardiovasculares e mobilidade articular são os mais importantes para as pessoas com diabetes ou risco de ter.
Musculação
A musculação traz melhora na composição corporal pelo aumento de massa magra. “No diabetes, o ganho de massa magra aumenta o que chamamos de taxa metabólica, que é o mínimo de energia necessário para manter as funções do organismo em repouso. Quanto maior a taxa metabólica, mais energia é gasta em repouso, o que, consequentemente, pode causar a redução do uso de medicamento necessário”, explica Emerson Bisan, diretor do Instituto Correndo pelo Diabetes (CPD).
Aeróbicos
Os exercícios aeróbicos também são benéficos porque melhoram a resistência geral do corpo, auxiliando nos sistemas circulatório e cardíaco, o que, para o diabetes, reduz significativamente os riscos de complicações macrovasculares.
Atualização: Segundo revisão publicada no Diabetes Care em 2024, combinar treinamento aeróbico com musculação proporciona melhora mais significativa na sensibilidade à insulina e no controle glicêmico do que praticar apenas um dos dois.
Alongamento
Nada de pular esses exercícios, especialmente se você tem diabetes. “Eles reduzem o enrijecimento articular, que pode causar complicações a longo prazo em pacientes com diabetes, como capsulite adesiva e dedo em garra”, comenta Emerson.
Resumo: quais exercícios priorizar por objetivo de saúde?
Seja para viver mais, controlar doenças crônicas ou melhorar sua disposição, incluir atividade física na rotina faz toda a diferença. Veja abaixo os tipos de exercícios mais indicados para cada objetivo citado no artigo:
- Para longevidade e condicionamento geral:
- Caminhadas rápidas
- Corrida leve
- Aulas de bike indoor ou dança
- Treinamento funcional com intensidade moderada
- Musculação com progressão gradual de carga
- Caminhadas rápidas
- Para controle da hipertensão:
- Caminhadas diárias de 30 a 45 minutos
- Bicicleta ergométrica ou pedal ao ar livre
- Treinamento de força com supervisão
- Yoga ou alongamento para relaxamento e controle do estresse
- Caminhadas diárias de 30 a 45 minutos
- Para diabetes e controle glicêmico:
- Musculação 2 a 3 vezes por semana
- Exercícios aeróbicos (caminhada, natação, dança)
- Alongamento regular para prevenir rigidez articular
- Circuitos combinando força e cardio
- Musculação 2 a 3 vezes por semana
Lembre-se: constância, progressão e orientação profissional são as chaves para aproveitar todos os benefícios dos exercícios, mesmo sem perder peso. O importante é movimentar-se com regularidade e dentro dos seus limites.