Cardio preserva a saúde do cérebro à medida que você envelhece
A aptidão cardiorrespiratória está associada à melhora da função cognitiva em adultos mais velhos.
24/07/2025 ● Tempo de leitura: 2 mins
Por: Larissa Serpa
Você sabia que ter uma melhor aptidão cardiorrespiratória está associado a melhor capacidade cognitiva, incluindo memória e função executiva?
De acordo com uma nova pesquisa, esses benefícios permanecem mesmo com a presença de fatores de risco importantes para o declínio cognitivo, como idade avançada e porte do gene APOE4 – um preditor da doença de Alzheimer.
“Descobrimos que a capacidade aeróbica está positivamente relacionada a um melhor desempenho cognitivo em vários domínios”, disse a primeira autora do estudo, Lauren Oberlin.
“Além disso, níveis mais altos de aptidão física estão associados a melhores habilidades de pensamento e memória, mesmo entre adultos mais velhos com maior risco de declínio cognitivo”, observou ela.
E a boa notícia é que a aptidão cardiorrespiratória pode ser melhorada se nos envolvermos em exercícios aeróbicos regulares.
Benefícios ao cérebro
Os participantes inscritos na pesquisa participaram de um teste de VO2 máximo em uma esteira para avaliar a aptidão cardiorrespiratória – quanto maior a pontuação de VO2 máximo, maior o nível de aptidão cardiorrespiratória.
Após o teste de VO2 máximo, os participantes fizeram testes cognitivos em cinco domínios da função cerebral:
- Memória de trabalho: memória de curto prazo, como lembrar um número de telefone ao discar.
- Memória episódica: capacidade de lembrar eventos e detalhes específicos.
- Velocidade de processamento: quão rápido o cérebro pode responder a novas informações.
- Função executiva/controle de atenção: O domínio associado à tomada de decisão e planejamento.
- Função visoespacial: A capacidade de perceber e interpretar relações espaciais, usada para atividades como dirigir e resolver quebra-cabeças.
Aqueles que tiveram maior aptidão cardiorrespiratória, conforme indicado pelo teste de VO2, tiveram melhor desempenho em todos os cinco domínios, independentemente da idade.
Genética X hábitos
O que a ciência está descobrindo é que há de fato uma correlação entre a prática de exercício e melhor saúde do cérebro conforme envelhecemos.
Ou seja, como vamos envelhecer – se com saúde cognitiva ou algum grau de demência – depende mais de nosso esforço pessoal e menos de nossa genética.
“Nascemos com suscetibilidades diferentes. Entretanto, qualquer suscetibilidade genética pode ser amenizada com hábitos saudáveis”, diz o geneticista dr. Marcelo Sady, Pós-Doutor em Genética.
Melhorando a aptidão cardiorrespiratória em qualquer idade
São recomendados 150 minutos por semana de atividade física de intensidade moderada – isso dá 30 minutos por dia, cinco dias por semana.
É especialmente importante que os idosos mantenham a atividade física e a aptidão cardiorrespiratória, minimizando o risco de lesões e de demência.
Um plano de exercícios para idosos pode incluir atividades como:
- exercícios de equilíbrio e flexibilidade
- caminhadas regulares
- natação ou hidroginástica
- treinamento de força
- aulas de aeróbica como Zumba
Mesmo que você esteja apenas estacionando mais longe e caminhando um pouco mais em direção ao seu destino, cada pedaço extra de atividade física que você pode obter é um benefício potencial para o seu cérebro.